segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Marcos Almeida vocalista do Palavrantiga responde nove perguntas de Jessica Grant


J.G.  Conte um pouco da história da banda.

 M.A.  O Palavrantiga surge no final de 2007 e começa a gravar em estúdio a partir de Janeiro do ano seguinte. Lançamos o EP VOl.1 num show memorável aqui em BH no dia 21 de Junho de 2008 e desde aquele dia muita água já passou debaixo da ponte. Os quatro amigos, que disponibilizaram suas composições sem muita pretensão, acabaram por se ver imersos num movimento de renovação da música brasileira - na cena belorizontina e capixaba - paradoxalmente dentro do mercado evangélico e do pop nacional.


J.G.  Para vocês, o que é ser um músico e artista cristão?

 M.A.  Um artista que não coloca sua arte a serviço de segundas intenções, que tem a liberdade de compor e criar a partir daquilo que é real, que é vida palpável e complexa. O artista cristão é aquele que não se preocupa em fazer uma arte cristã, dado que sua criação é fruto de uma vida. Então, ele se ocupa em viver o Evangelho, e ser honesto com sua criatividade, ao invés de produzir uma arte-simulação.



J.G.  O que os levaram a cantarem música com a temática religiosa?

 M.A. Justamente porque vivemos esse religare da boa nova de forma intensa nas nossas vidas. É aquilo que falei da honestidade. Encontramos liberdade para compor e dizer a partir dessa vivência por vários motivos, inclusive por estarmos diante desta constatação: que todo artista sincero – seja ele quem for – se confessa publicamente quando faz uma canção. Não só o Palavrantiga está confessando sobre o que move o ser humano, mas o Nando Reis, o Samuel Rosa, o Vitor Chaves, a Adélia Prado, a Clarice Lispector, todos eles estão ligados à temática religiosa. Pois os temas e os símbolos da arte e da religião compartilham da mesma realidade e por isso se esbarram sempre. O EP VOL.1 é de certa forma uma introdução à confissão do Palavrantiga, que se une as outras para formar uma grande amostra desta hominalidade crua e real.  

 J.G.  Qual é a formação musical de vocês?

M.A.  Basicamente autodidata. Apenas eu estudei Educação Artística com Habilitação em Música até ser jubilado com 99% do curso completo, rsrs.


 J.G. Quais são suas influências musicais (cristãs e não-cristãs)?

M.A.  Eu gosto muito do silêncio. Ele é pra mim um tipo de som. Um “som-sem-som”. Não consigo escrever, ler, ou conversar ouvindo música, me distraio fácil. Por isso ouço pouco. Quando consigo um tempo para ouvir dedicadamente um disco, escolho os clássicos do samba, o new-soul, a música renascentista e o rock inglês e post-rock Islandês. Os meninos ouvem mais que eu, eles sabem tudo que está rolando de novidade.


J.G. Como que divulgam sua música?

M.A.  Através das redes sociais e o velho boca a boca. Mas, hoje gratuitamente algumas rádios já tocam nossa música. Inclusive a rádio Extra-FM de BH tem a “Vem me socorrer” como uma das mais pedidas há meses.


J.G. Acreditam na arte como uma forma de anunciar o cristianismo? Se sim, de que forma veem isso?

M.A.  Essa passa pelas perguntas 2 e 3. Definitivamente não se deve ter tal objetivo, mas antes de tudo deve-se querer fazer arte, pois ela vai expor aquilo que é verídico em nós. Naturalmente um cristão genuíno vai compartilhar na sua expressão uma visão de mundo cristã. 

Ninguém ficaria pedindo para uma macieira dar maças, pois o fruto da macieira é maça.



 J.G.  Quais são os próximos passos do Palavrantiga?

M.A.   O Palavrantiga está decidindo sobre o lançamento do seu primeiro disco cheio e neste segundo semestre já daremos algumas coordenadas sobre ele. O site novo vem por aí e novas propostas de interatividade na rede.Enquanto isso, continuamos compartilhando do que temos recebido através dos shows, palestras, fóruns, cultos, nas rádios, nos cafés, na rua e na Igreja.

 Obviamente ninguém planejaria outra coisa sobre seu futuro diferente da possibilidade de ser em sua plenitude aquilo que foi chamado pra ser. Então o Palavrantiga continuará fazendo sua arte e repartindo com todos sem distinção e sem fragmentações.


J.G. O que esperam do show no Love2010?

M.A. O melhor show das nossas vidas. Uma noite intensa, viva e vibrante, cheia do que nos dá esperança e alegria!

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